As palavras “qualidade” e “produtividade” invadem o cenário da construção civil, que começa a enxergar os benefícios diretos da gestão dentro e fora dos canteiros de obra. O uso de materiais de construção de última geração e o monitoramento de todas as etapas da obra são algumas estratégias que estão sendo adotadas pelas principais empresas que compõem o mercado da construção. Melhorar a relação com clientes e saber avaliar o grau de satisfação em relação aos serviços prestados são alguns dos desafios apontados pelos profissionais da área. Essas preocupações refletem diretamente no processo de construção de edificações. No que diz respeito à área de projetos, certamente, novas atribuições profissionais deverão ser demandadas, tais como: correção e prevenção de defeitos, recuperação de patrimônio histórico, regularização técnica de edificações e sítios urbanos, bem como a gestão da operação e manutenção do ambiente construído; com isto alguns projetistas passarão a ser diretamente vinculados aos fabricantes de subsistemas.
1.1Materiais de Construção
Segundo a Sociedade de Pesquisa sobre Materiais Industriais Renováveis, a construção de 1,7 milhões de casas com estruturas tradicionais de madeira, aço e concreto consome a mesma quantidade de energia que o aquecimento e a refrigeração de 10 milhões de casas por ano.
Por isso, é importante pensar na utilização de materiais que ajudam a tornar a construção de uma casa bem mais sustentável. E atualmente, já é possível encontrar alguns deles com facilidade.
É fundamental lembrar também que materiais e produtos que se auto-intitulam verdes, ecológicos e ambientalmente responsáveis, devem ser questionados. A melhor forma de saber se ele realmente é verde é por meio da certificação de algum órgão ou entidade responsável por análises de padrões confiáveis.
1.2Economia de Água
Vasos sanitários e pias costumam ocasionar desperdício de água. Muitas vezes esquecemos uma torneira pingando ou a descarga desregulada, e acabamos gastando grande quantidade de água sem necessidade. Para evitar que isso ocorra foram desenvolvidos equipamentos reguladores de consumo, como torneiras com sensor de presença e vasos sanitários com duplo acionamento.
1.3A Utilização de Sensores Eletrônicos nas Pias / Torneira Sensorizada
O funcionamento
Passar a mão em frente do sensor da torneira eletrônica para ligar.
Passar a mão novamente em frente do sensor da torneira eletrônica para desligar ou então, a torneira eletrônica desligar no tempo programado. A programação para desligar a torneira eletrônica, poderá ser feito a qualquer momento.
A vantagem dessa torneira está na economia da água, pois apenas será utilizada a água relacionada com a demanda provocando uma redução de até 70% no consumo, além da economia um outro fator muito importante que deve ser abordado está na higiene, pois, através da torneira senso rizada não irá ocorrer a contaminação cruzada entre pessoas de coliformes.
1.4 ACIONADOR MECÂNICO PARA TORNEIRAS COM PEDAL
O funcionamento
O Acionador mecânico é mais uma forma de evitar a contaminação cruzada , além disso evitará o desperdício e economizará água em até 70%. Um detalhe muito importante a sua instalação é que não é necessário quebrar o piso, pois o acionador fica sobre o mesmo e também não há necessidade de trocar a torneira a vida útil do mesmo é de em média 400.000 acionamentos.
1.5Acionador Sensorizado para Mictório
O funcionamento
O usuário será detectado pelo acionador após ficar 3 segundos na sua frente e 3 segundos após a sua saída, o acionador efetuará a descarga no tempo programado. Esta programação poderá ser feita na instalação ou a qualquer momento.
A programação poderá ser feita antes de colocação da tampa acrílica. O tempo da descarga já vem programado para 3 segundos, embora possa ser modificado. Se o mictório não for utilizado em 4 horas, automaticamente, haverá uma descarga, isto ocorrerá após 8 horas, 16 horas, 32 horas, 64 horas, …
A vantagem dessa descarga está em evitar o mau cheiro e a contaminação cruzada, além disso a economia de água a ser liberada pela descarga é programada na instalação do produto, com isto evita-se o desperdício.
1.6Secador de Mão INOX
O funcionamento
O aquecedor do secador não provém de resistência elétrica, mas sim do ar aquecido pela passagem do motor. Um demonstrativo muito importante está no demonstrativo da relação de custos entre o papel toalha ou o secador de mãos.
1.7Comparação do Uso do Papel Toalha x Secador de Mãos
Papel Toalha
Quantidade de folhas por fardo (papel 100% celulose) | 1000 |
Custo total da embalagem acima | R$13,00 |
Custo unitário por folha | R$ 0,013 |
Média utilizada de folhas de papel por secagem | 3 |
CUSTO POR SECAGEM C/ PAPEL TOALHA | R$ 0,039 |
Secador de Mãos
Custo do Kwh | R$ 0,36030075 | ||
Potência do secador em watts (velocidade máxima) | 1.000W | ||
Tempo da secagem (média) | 20s | ||
CUSTO POR SECAGEM C/SECADOR H2TEC | R$ 0,002001671 | ||
Outros Benefícios: |
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Disponível 24 horas | |||
Reduz o esforço de compras voltado a compra dos papéis | |||
Reduz a mão de obra para limpeza dos banheiros e reposição dos papéis | |||
Reduz o espaço para estocagem de papel | |||
As pias não entopem mais | |||
Melhora a imagem do banheiro, sem papéis jogados no chão | |||
Produto mais sustentável que a utilização de papel toalha | |||
1.8Tubulações
Quando pensamos em instalações hidráulicas, o material para tubos mais utilizado é o de PVC para a realização de conexões conduzindo a água para torneiras, chuveiro e retirando o esgoto da casa. Entretanto uma das áreas mais inovadoras da construção civil é justamente a de instalações com outros diversos tipos de materiais para tubulações.
1.8.1Materiais – PVC
O PVC é apenas um dos materiais de tubos e conexões, mas ele atende todos os projetos? Ele pode conduzir água quente? O PVC de água fria é o mesmo para esgoto? Pode ficar exposto ao sol? Você sabia que o PVC não pode conduzir água quente?
Hoje no mercado há vários outros tipos de materiais com características específicas para atender os mais diversos tipos de projetos. Esse é o fator determinante para a escolha do tipo de material de tubos e conexões a serem utilizados na sua obra: a necessidade, as características do projeto, a disponibilidade na sua região, o custo-benefício.
Para a construção da sua Casa dos Sonhos pode ser que o PVC atenda a maioria dos casos, mas é bom conhecer os outros materiais disponíveis e suas características, assim você conseguirá fazer melhor um comparativo e procurar um melhor custo benefício.
Para a linha de água fria e quente há os seguinte materiais: PVC, CPVC, PPR, PEX, Cobre. Para a linha de esgoto há o PVC, PVC-R.
Vamos ver abaixo as características de cada um desses materiais:
1)PVC – Policloreto de Vinila – são tubos e conexões para a condução de água fria, com temperatura de trabalho de 20°C. É o material mais utilizado nas instalações hidráulicas residenciais. Há dois tipos de linhas de produto: o PVC Soldável e o PVC Roscável.
O soldável utiliza adesivo e solução limpadora para fazer a união dos tubos com as conexões, geralmente de cor marrom. Antes de fazer a junção entre as peças é necessário lixar a ponta do tubo e o interior da conexão até desaparecer o brilho da superfície. Em seguida, limpa-se a superfície com um pano e solução limpadora, aplica-se a cola no tubo e na conexão e faz a união entre eles com uma leve torção entre o tubo e a conexão. Com outro pano retira-se o excesso de adesivo.
O roscável utiliza uma Tarraxa para fazer rosca na ponta dos tubos e fita veda-rosca para fazer a união dos tubos com as conexões, geralmente são na cor branca. Cuidado para não utilizar fita em excesso porque pode quebrar a conexão e nem faça aperto excessivo.
Macete 01: Não utilize adesivo para PVC soldável nas roscas.
Os diâmetros mais comuns das tubulações de PVC são 20mm, 25mm, 32mm, 40mm, 50mm, 60mm, 75mm, 85mm e 110mm.
1.8.2Materiais – CPVC
2)CPVC – Policloreto de Vinila Clorado–são tubos e conexões de alta resistência mecânica e a corrosão. São indicados para água fria e água quente com temperatura de trabalho de 70ºC e máxima de 80ºC.
A instalação é feita por juntas soldáveis com utilização de adesivo, como nas instalações de PVC.
Macete 02: Na instalação a superfície do tubo e o interior da conexão de CPVC não devem ser lixadas como no PVC! Isso é muito importante!
1.8.3Materiais – PPR
3)PPR– Polipropileno Copolímero Random–são tubos e conexões unidos por termofusão a 260ºC, formando uma tubulação única, sem o risco de vazamentos e sem a utilização de colas e fazer roscas. São indicados principalmente para água quente e dispensa o isolamento térmico, aquele tipo de espuma que envolve as tubulações de cobre.
A temperatura de trabalho é de 70ºC, mas suportam picos de ate 95ºC. Essa tolerância é importante para caso haja algum problema no aquecedor.
1.8.3 Materiais – PPR
3) PPR– Polipropileno Copolímero Random–são tubos e conexões unidos por termofusão a 260ºC, formando uma tubulação única, sem o risco de vazamentos e sem a utilização de colas e fazer roscas. São indicados principalmente para água quente e dispensa o isolamento térmico, aquele tipo de espuma que envolve as tubulações de cobre.
A temperatura de trabalho é de 70ºC, mas suportam picos de ate 95ºC. Essa tolerância é importante para caso haja algum problema no aquecedor.
1.8.4Materiais – PEX
4)PEX– Polietileno Reticulado Monocamada–é um sistema de bobinas de tubos (tipo mangueira) ligados a um módulo distribuidor que conduz água fria e principalmente água quente, com temperatura de trabalho a 70 e picos de 95. As conexões são metálicas (em latão) do tipo deslizantes. É um sistema muito indicado para paredes em drywall e edificações com vários ambientes iguais, como um hotel.
Ainda que o PVC seja o mais lembrado nessa etapa da obra, hoje já outras opções que podem ser bastante vantajosas, uma delas é o PEX, que vem conquistando o mercado devido a sua flexibilidade, durabilidade e versatilidade.
Macete 03: A recomendação do raio mínimo de curvatura, é de 10 vezes o diâmetro externo do tubo sem o curvador de alumínio (mola) e de 5 vezes o DE com uso de curvador de alumínio.
Adequado para o transporte de água quente, quanto fria, o sistema completo é composto por tubos fabricados com resina de polietileno reticulado (PEX) e conexões em latão forjado ou polissulfona, que podem variar de acordo com o fabricante. No caso da Tigre, a união é feita com material de polissulfona, escolhida por ter grande resistência à variação de temperatura e pressão. Já a Astra optou pelo uso do latão, que também suporta bem o calor. Além destes, estão disponíveis ferramentas específicas para corte, chanfros, curvaturas e crimpagem.
O PEX possui alta resistência à pressão e temperatura. Mas seu principal atrativo é a total flexibilidade, o que diminui o número de conexões, de forma a reduzir também a perda de carga das instalações. Por ser maleável, a tubulação PEX se ajusta perfeitamente às curvas e assume a conformação desejada, eliminando conexões e agilizando o tempo de instalação.
Em relação às tubulações rígidas – cobre e PVC- é mais rápido e seguro, já que os vazamentos diminuem, pois é nas junções que geralmente os problemas ocorrem. De acordo com Callera, comparado a outros sistemas hidráulicos, há um economia de aproximadamente 10% no custo da obra. O desperdício é mínimo, uma vez que os tubos são vendidos em rolos e corta-se apenas o tamanho necessário para o trecho a ser instalado.
Outra vantagem é a durabilidade. Tubos plásticos ressecam com o tempo, e, por consequência, precisam de emendas, o que não ocorre com o PEX, já que o encaixe entre as peças é realizado sobre pressão, sem a necessidade de adesivos. De acordo com a norma internacional, o material tem vida útil de, no mínimo, 50 anos.
O sistema PEX pode ser imaginado da mesma maneira como um sistema de instalação elétrica. Na elétrica, a instalação vem da rede pública para um QDC – Quadro de Distribuição de Circuitos – e desse quadro saem a fiação de cada circuito que é protegido por um disjuntor. No PEX, a água vem até o módulo distribuidor pelas prumadas e do módulo distribuidor (como se fosse um QDC) alimenta cada ponto de água individualmente (como se fossem os circuitos).
Um outro uso da tubulação hidráulica PEX pode ser em condução de gás natural ou GLP (gás liquefeito de petróleo), em parceria com empresas européias (no continente, esse tipo de sistema já está consolidado). A empresa Astra, além do gás, está lançando tubulações em PEX específicas para ar condicionado e coletor solar.
1.8.5Materiais – PVC ESGOTO
5)PVC ESGOTO – O PVC Esgoto se divide em duas categorias: o série Normal na cor branca e o série Reforçada na cor cinza claro. Os diâmetros mais comuns são de 40mm, 50mm, 75mm, 100mm, 150mm e 200mm.
As conexões das séries normal e reforçada são fabricadas com bolsas do tipo dupla atuação e são acopladas aos tubos de PVC através de anéis de borracha.
1.9Reaproveitamento de Águas
Em um estabelecimento residencial ou empresarial o s pontos de maior gasto de água são sempre nas privadas ou nos chuveiros, para isso foram desenvolvidos alguns sistemas de reaproveitamento das águas provenientes dos banhos para as privadas os quais serão importantíssimos para a redução de custos periódicos relacionados com a água.
Um detalhe muito importante quanto à conservação da água no reservatório é mantê-la sempre clorado com cloro de origem orgânica (cloro usado em piscinas), depois disso essa água poderá ser utilizada para as descargas nos vasos sanitários sem problemas.
1.10Sustentabilidade – Escola sobre as águas
Situada às margens de uma lagoa em Lagos, maior cidade da Nigéria, Makoko é uma comunidade marcada pela urbanização desenfreada, infra-estrutura precária e inundações frequentes. As crianças do bairro têm à disposição apenas uma escola primária de língua inglesa suscetível ao impacto das constantes tempestades e mudanças no nível das águas. Infelizmente, a inabilidade de construir com eficácia edificações que resistem às chuvas e inundações tem ameaçado o acesso das crianças locais a uma necessidade básica – a educação.
Estima-se que 100 mil pessoas residam em palafitas no povoado. Pensando em contribuir com a melhoria desta triste realidade, a equipe do NLÉ Architects desenvolveu a Escola Flutuante Makoko. Com capacidade para atender entre 60 e 100 alunos, ela conta com três níveis. O primeiro apresenta área aberta de recreação, que também serve para reuniões da comunidade, enquanto o segundo andar é um espaço fechado para abrigar entre duas e quatro salas de aula. Uma escada conecta os dois pavimentos ao terceiro, um espaço semiaberto pronto para atividades pedagógicas. Seu principal propósito é gerar um sistema construtivo sustentável, ecológico e uma alternativa para as numerosas populações costeiras da África.
O projeto piloto começou a sair do papel em setembro de 2012 e foi concluído em março do ano passado. Atendendo aos padrões de sustentabilidade, a escola foi construída com bambus e madeiras locais e conta com sistema de flutuação montado com barris plásticos vazios reutilizados, encontrados em abundância em Lagos.
Com armação em formato de pirâmide, possui design ideal para flutuar sobre a água e centro de gravidade relativamente baixo, que oferece estabilidade e equilíbrio mesmo sob ventanias intensas. Apresentam 10m de altura e 220m² de área construída, podendo abrigar com segurança até 100 adultos.
Desenvolvida em parceria com a comunidade de Makoko, a estrutura flutuante servirá primeiramente como escola, mas pode ser adaptada para outros usos, como centro comunitário, clínica médica, mercado, ou ter ainda outra serventia de acordo com as demandas locais.
Por se tratar de uma estrutura triangular segura e econômica que permite a customização para diversas necessidades e tem viés social, foi premiada pelo Museu do Design de Londres em março de 2014.