CAP 2. DISPOSITIVOS CONTROLADORES DE PRESSÃO

2.5 Golpe de Aríete

Existe um fenômeno que ocorre nas tubulações dos sistemas hidráulicos conhecido por o Golpe de Aríete. Este nome se originou de uma antiga máquina de guerra utilizada para arrombar portas e muralhas. Era formada por um tronco que tinha numa das extremidades uma peça de bronze, semelhante a uma cabeça de carneiro. Nas instalações hidráulicas ocorre algo semelhante quando a água ao descer em velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida. Isto provoca golpes de grande força (elevações de pressão) nos equipamentos da instalação.

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Explicando melhor

Se um líquido estiver passando por uma calha e de repente interrompermos a sua passagem, seu nível subirá rapidamente, passando a transbordar pelos lados. Se isto ocorrer dentro de um tubo, o líquido não terá por onde escapar e provocará portanto um aumento de pressão contra as paredes do tubo, causando sérias conseqüências na instalação.

Situação 1 – Válvula fechada: Temos apenas a pressão estática da rede (pressão normal).

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Situação 2 – Válvula aberta: A água começa a descer, aumentando gradativamente sua velocidade dentro do tubo. A pressão contra as paredes se reduz ao máximo.

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Situação 3 – Fechamento rápido da válvula: Ocorre interrupção brusca da água, causando violento impacto sobre a válvula e demais equipamentos, além de vibrações e fortes pressões na tubulação. Alguns tipos de válvulas de descarga e registros de fechamento rápido provocam o efeito do Golpe de Aríete.

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O que se deve fazer para evitar ou eliminar os Golpes de Aríete?

Utilizar válvulas de fechamento lento. Existem algumas marcas de válvulas de descarga que possuem dispositivos anti-golpe de aríete, que tornam o fechamento da válvula mais suave. Principalmente em prédios, é preferível utilizar caixas de descarga, pois além de consumirem menor quantidade de água, não provocam Golpe de Aríete.

Em locais com válvulas já instaladas, procure antes verificar se é possível regula-las para que fechem lentamente. Caso não seja possível, opte pela troca desta válvula.

Formas de Amenizar o Problema:

1) Utilização de válvulas de descarga e registros com fechamento mais suave.

2) Em prédios será preferível a utilização de caixas de descarga, pois além de consumirem menor quantidade de água, não provocam gole de aríete.

3) Aspeças de utilização deverão ser locadas na parede oposta a contigua aos ambientes habitados ou, a impossibilidade disso, utilizar dispositivos antirruídos nas instalações.

4) Utilizar vasos sanitários acoplados a caixa de descarga, em vez de válvulas de descarga.

5) Deixar um recobrimento mínimo de 50mm (tijolo maciço, argamassa, ou tijolo * argamassa) na face voltada para dormitórios, salas de estar, íntima, escritórios.

Perda de carga

Inicialmente afirmamos que só podemos aumentar a pressão se também aumentarmos a altura.

Como explicar o fato de que podemos aumentar a pressão em um chuveiro se fizermos o traçado da tubulação mais reto ou aumentarmos o seu diâmetro? Em laboratórios, pode se verificar que o escoamento da água nos tubos pode ser turbulento(desorganizado). Com o aumento da velocidade da água na tubulação, a turbulência faz com que as partículas se agitem cada vez mais e acabem colidindo entre si. Além disso, o escoamento causa atrito entre as partículas e as paredes do tubo.

Assim, as colisões entre as partículas com as paredes dos tubos, dificultam o escoamento da água, o que gera a perda de energia. Podemos dizer então que “o líquido perde pressão” ou seja: “houve perda de carga”.

Tubos com paredes lisas permitem um escoamento da água com menos turbulência, o que reduz o atrito. Ou seja, assim teremos menos choques entre as partículas da água e, portanto, menor perda de carga.

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Tubos com paredes rugosas aumentam a turbulência da água, pois geram maior atrito. Assim, teremos mais choques entre as partículas da água e, portanto, maior perda de carga.

É importante lembrar que na prática não há escoamento em tubulações sem perda de carga. O que deve ser feito é reduzi-la aos níveis aceitáveis. Os tubos de PVC, por terem paredes mais lisas, oferecem menores perda de carga.

Classificação das perdas de carga

Distribuída:

É aquela que ocorre ao longo da tubulação, pelo atrito da água com as paredes do tubo. Quanto maior o comprimento do tubo, maior será a perda de carga. Quanto menor o diâmetro, maior também será a perda de carga.

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Localizada

Nos casos em que a água sofre mudanças de direção como, por exemplo, no joelhos, reduções, tês, ocorre ali uma perda de carga chamada de “localizada”. Isto é fácil de entender se pensarmos que nestes locais, há uma grande turbulência concentrada, a qual aumenta os choques entre as partículas da água.

É por isto que quanto maior for o número de conexões em um trecho de tubulação, maior será a perda de pressão neste trecho ou perda de carga, diminuindo a pressão ao longo da rede.

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2.5.1 BombaD’água

A bomba d\água é um dispositivo que está presente no sistema de recalque de qualquer edificação e de indiscutível importância. Porém, antes de adquirirmos uma bomba é importante conhecermos os modelos existentes no mercado:

1.Bomba Submersa

É o tipo ideal e de maior rendimento para poços de qualquer profundidade.
O conjunto moto-bomba é instalado dentro do poço, submerso em alguns metros abaixo do nível dinâmico, funciona silenciosamente e requer pouquíssima manutenção quando bem especificado e corretamente instalado.

2.Bomba Centrífuga

Bombas Centrífugas são bombas hidráulicas que têm como princípio de funcionamento a força centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no interior de uma carcaça estanque, jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante.

A Bomba centrífuga é o equipamento mais utilizado para bombear líquidos no saneamento básico, na irrigação de lavouras, nos edifícios residenciais, na indústria em geral, transferindo líquidos de um local para outro.

Tem grande limitação devido ao fato de que sua utilização somente é possível em poços onde o nível dinâmico (inferior) não ultrapasse a profundidade de aproximadamente 8 metros, no máximo.

3.Compressor de AR

Tem um funcionamento prático e simples. Trabalha na superfície, com motor elétrico ou diesel, tendo em sua instalação dois tubos até o fundo do poço, sendo um tubo para recalque da água e o outro de menor diâmetro para injeção de ar.

É o ideal para poços onde exista grande volume de areia misturado a água ou com tendência a acumular sedimentos e também para locais com indisponibilidade de energia elétrica, devido à possibilidade do uso de motores diesel.

De negativo registramos o alto nível de ruído e o baixo rendimento, requerendo motores de maior potência que as bombas do tipo submersas.

CAP 2. DISPOSITIVOS CONTROLADORES DE PRESSÃO

2.6 Método Básico para Seleção de uma Bomba Centrífuga

A bomba d\água é um dispositivo que está presente no sistema de recalque de qualquer edificação e de indiscutível.

CRITÉRIOS: Para calcular-se com segurança a bomba centrífuga adequada a um determinado sistema de abastecimento de água, são necessários alguns dados técnicos fundamentais do local da instalação e das necessidades do projeto:

  1. Distância em metros entre a captação, ou reservatório inferior, e o ponto de uso final, ou reservatório superior, isto é, caminho a ser seguido pela tubulação, ou, se já estiver instalada, o seu comprimento em metros lineares, e os tipos e quantidades de conexões e acessórios existentes;
  2. Diâmetro (Pol ou mm) e material (PVC ou metal), das tubulações de sucção e recalque, caso já forem existentes;
  3. Tipo de fonte de captação e vazão disponível na mesma, em m³/h;
  4. Vazão requerida, em m³/h;
  5. Capacidade máxima de energia disponível para o motor, em cv, e tipo de ligação (monofásico ou trifásico) quando tratar-se de motores elétricos;
  6. Altitude do local em relação ao mar;
  7. Temperatura máxima e tipo de água (rio, poço, chuva).

Obs: As bombas centrífugas ou autoaspirantes com corpo de metal, que forem usadas para trabalho com água quente superior a 70ºC, deverão possuir vedação com Selo Mecânico em VITON e Rotor em BRONZE.

2.7 Pressurizadores

Nas instalações hidráulicas, possuímos um problema bastante recorrente. Falta de água, ou baixa pressão em alguns pontos de consumo, como no caso dos chuveiros. Como poderíamos resolver este problema?

Possuímos duas formas de resolver esta situação:

1) Elevando a altura do reservatório superior, como é sabido a água que passa por toda a tubulação hidráulica circula através da gravidade, por isso, que a água deve vim do reservatório superior para os pontos de consumo e quanto maior for a altura do reservatório superior em relação aos pontos de consumo a pressão será maior. Logo, se não for possível elevar a altura de seu reservatório, não será possível elevar a pressão nos pontos de consumo.

Obs: Não há relação com a quantidade de água presente no reservatório superior e a pressão, ou seja, um reservatório de 1000Litros ou um reservatório de 10.000Litros, que estão posicionados na mesma altura, disponibilizaram a mesma pressão para o sistema.

Esta primeira forma de resolução do problema da pressão nos sub-ramais é a mais conhecida e também de grande trabalho manual e estético para relocar um reservatório superior.

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2) Instalando um pressurizador, este equipamento elétrico é diferente da bomba elétrica. Enquanto a bomba, leva a água de um reservatório inferior para um superior, o pressurizador irá pressionar a água dentro da tubulação, para que a vazão nos sub-ramais aumentem. Resolvendo assim, o problema da relocação do reservatório superior.

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Observe como é importante, saber vincular o setor elétrico com o setor hidráulico, não são apenas esses dois ramos de conhecimento que estão interligados, atualmente todos os ramos vem se acoplando e é fundamental para um profissional habilitado estar pronto para resolver problemas de todas as ordens.

EXERCÍCIOS DO 2ºCAPÍTULO

  1. Qual a definição de pressão e qual a sua unidade de medida?
  2. O que significa a unidade de medida m.c.a?
  3. Qual aparelho é utilizado para auferir a pressão da água?
  4. O que é a pressão estática e onde podemos encontrá-la?
  5. Informe a pressão estática máxima dentro de uma instalação predial de água fria?
  6. O que é a pressão dinâmica? Como a mesma pode ser medida?
  7. O que é o golpe de aríete?
  8. Informes três formas de amenizar o golpe de aríete?

CAP 3. ELETRICIDADE APLICADA À HIDRÁULICA

3.1 Generalidades

A eletricidade nos dias atuais é a responsável por movimentar todo o nosso mundo. Atualmente mesmo nos projetos hidráulicos é fundamental o conhecimento básico das instalações elétricas, caso contrário não será possível a instalação de aparelhos como bombas d’água, pressurizadores, boias, etc.

3.2 Tensão Elétrica

Definição: Quantidade de energia disponível entre dois pontos.

Unidade de Medida: Volts.

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Podemos encontrar a tensão elétrica, por exemplo em nossas residências, nas nossas tomadas o valor respectivo a 220Volts.  Este valor, representa o valor fornecido pela rede para a ligação de aparelhos naquela tomada. Por isso, que se você realizar a ligação de um aparelho que trabalha com 110Volts o mesmo não funcionará corretamente.

É importante observar que todas as tomadas de nossas residências possuem 220Volts, independentemente da quantidade de aparelhos que estão sendo ligados a ela, este valor é fornecido pela rede concessionária de energia.

Exemplo: Uma bomba d’água, é um motor elétrico, que para funcionar precisa ser ligado a uma tomada o qual deverá fornecer a tensão necessária para o funcionamento da bomba.

  1. Caso a bomba trabalhe com 220V, deverá ser ligada a uma tomada que forneça 220V.
  2. Caso a bomba trabalhe com 110V, deverá ser ligada a uma tomada que forneça 110V.

3.3 Corrente Elétrica

Definição: Fluxo ordenado de elétrons em um circuito fechado.

Unidade de Medida: Ampères.

Para entender o princípio da corrente elétrica, é fundamental entender precipuamente os dois tipos de circuitos elétricos padrões:

  1. Circuito Aberto
  2. Circuito Fechado

Para explicar esses dois circuitos, recorrei a um exemplo do seu cotidiano. Analisaremos um circuito de um interruptor que liga e desliga uma lâmpada.

No momento que o interruptor liga a lâmpada, dizemos tecnicamente que o circuito está fechado;

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No momento que o interruptor desliga a lâmpada, dizemos tecnicamente que o circuito está aberto.

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Logo, podemos concluir que, quando o circuito está fechado, haverá a passagem de corrente elétrica pela lâmpada, ou seja, os elétrons estão circulando de maneira ordenada. Quando o circuito se encontra aberto, não haverá a passagem de corrente elétrica pelo circuito, o mesmo permanece desligado.

A corrente elétrica então, é este fenômeno que se desenvolve com o fluxo ordenado dos elétrons dentro de um circuito quando submetido a uma tensão elétrica.

Obs: Enquanto a tensão é constante nas instalações elétricas residências em todos os pontos de consumo (220V no NE ou 110V no Sul/Sudeste), o consumo será variável para cada aparelho, cada equipamento poderá consumir de maneira diferente, embora sejam ligados sob uma mesma tensão.

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Logo, uma televisão e um aparelho de som são ligados na mesma tomada, sob a mesma tensão de 220V, embora cada aparelho possua um consumo diferente.

3.4 Aplicações à Hidráulica

Para aplicarmos todos os conhecimentos trabalhados acima, começaremos com um exemplo:Visualize um sistema de recalque, o qual terá como finalidade levar a água de um reservatório inferior para um reservatório superior. Para que a água seja transposta de um ponto para o outro se fará necessário uma bomba elétrica.

A bomba elétrica possui diversos modelos/fabricantes e que futuramente aprenderemos a dimensioná-la, porém, previamente precisamos ter o conhecimento de como a mesma será ligada, se será ligada a uma rede monofásica, bifásica ou até mesmo trifásica. Além disso, precisaremos dimensionar o sistema de proteção para a bomba, com disjuntores e DR’s.

3.4.2 Boia

A boia é um dispositivo que está sempre associado ao conjunto moto bomba, ele terá como finalidade desligar a bomba, quando o reservatório superior já estiver no seu limite, impedindo assim o desperdício de água.

A boia, então poderá ser comparada a um disjuntor, a qual ligará e desligará o circuito, porém não necessitará da atuação mecânica de alguma pessoa, esse liga-desliga será automático, economizando assim água e dinheiro.

3.4.3 Verificação da Boia

Para verificarmos a boia é bastante simples, precisaremos recorrer a um teste chamado de continuidade, para verificar se a mesma se encontra em perfeito estado de uso ou não. Um detalhe relacionado a ligação das boias estão no seu número de fios, são 3. O do meio é o fio comum que sempre será ligado aos outros dois, e o fio acima fechará o circuito na lógica inversa do de baixo.

Logo, não existirá boia para cisterna e boia para reservatório superior, a mesma boia poderá ser utilizada nos dois tipos de ligações, dependerá apenas da sua forma de instalação. Preste atenção, antes de instalar a mesma.

3.4.4 Boia Presente na Cisterna

A chave boia Nível inferior é empregada em reservatórios de líquidos localizados geralmente abaixo do nível do solo, tipo cisterna. Tem os seus terminais de contato aberto (desligado) quando posicionada na vertical, o que corresponde ao reservatório contendo um nível mínimo ou estando vazio. Quando o reservatório está com um nível satisfatório, a boia se posiciona na horizontal o que corresponde aos terminais de contato fechado (ligado) e dando continuidade. Ou seja, tornando possível a transferência de água do reservatório inferior para o superior.

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1Passo, Com a boia posicionada da seguinte maneira (horizontal) o multímetro deverá indicar 0,08 (CONTINUIDADE), ou seja, circuito FECHADO. Da seguinte forma, a boia informa a bomba que existe água no reservatório inferior e poderá ser enviada para o superior, através do sistema de recalque, ligando a bomba.

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2Passo, Com a boia agora na posição (vertical) o multímetro deverá indicar 1 (INFINITO), ou seja, circuito aberto. Ela estará desligando a bomba, informando que o nível está baixo, a boia apenas irá fechar novamente o circuito quando o seu nível for alcançado.

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Preste atenção na lógica de ligação da boia e a implicação no seu posicionamento.

3.4.4 Boia Presente no Reservatório Superior

A chave boia Nível superior empregada em caixas d’água, tem um comportamento inverso a do nível inferior, uma vez que na posição horizontal os seus contatos se apresentam abertos e na posição vertical os contatos estão fechados.

1Passo, Com a boia agora na posição (horizontal) o multímetro deverá indicar 1 (INFINITO), ou seja, circuito aberto. Ela estará desligando a bomba, informando que o nível foi atingido, a boia apenas irá fechar novamente o circuito quando o seu nível estiver abaixo do determinado.

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2Passo, Com a boia posicionada da seguinte maneira (vertical) o multímetro deverá indicar 0,08 (CONTINUIDADE), ou seja, circuito FECHADO. Da seguinte forma, a boia informa a bomba que falta água no reservatório superior e através do sistema de recalque a água do reservatório inferior deverá subir para o reservatório superior.

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Preste atenção na lógica de ligação da boia e a implicação no seu posicionamento.

Conclusão: Não precisamos de um tipo de boia específica para reservatório superior e outra específica para reservatório inferior, a boia, dependendo da forma que for ligada poderá atuar de formas distintas para o reservatório superior e o inferior.

CAP 3. ELETRICIDADE APLICADA À HIDRÁULICA

3.5 Dispositivos de Segurança para os Motores

O conjunto de moto bomba, por ser um dispositivo elétrico deverá possuir a sua proteção elétrica específica, tanto para manobra do circuito (ligar e desligar), como também para proteger o circuito contra:

  1. Curto Circuito;
  2. Sobrecarga;
  3. Excesso de Corrente.

Essa proteção específica do seu circuito serárealizada através dos disjuntores. Dispositivos próprios para proteção de circuitos elétricos que precisam ser dimensionados através de uma fórmula matemática que relaciona a potência da bomba pela tensão que ela está ligada e determina a corrente que a mesma necessita para trabalhar.

Antes de começarmos a dimensionar o disjuntor para os nossos motores, é importante salientar alguns princípios físicos que serão nossos norteadores:

  • Rendimento = Todo motor elétrico para realizar um trabalho, necessita estar ligado à rede elétrica, porém a energia que o mesmo consome não é 100% convertida em trabalho, um percentual daquela energia é perdida em energia calorífica (transformada em calor), é perdida em energia sonora (transformada em ruído), por isso, que se você tocar em um motor no momento de sua atuação você notará que o mesmo aquece e também estará realizado alguns ruídos. Logo, precisamos considerar essa perca denominada como rendimento no momento do dimensionamento dos motores.
  • Fator de Potência = Em circuitos de corrente alternada(CA) puramente resistivos, as ondas de tensão e de corrente elétrica estão em fase, ou seja, mudando a sua polaridade no mesmo instante em cada ciclo. Quando cargas reativas estão presentes, tais como capacitores ou condensadores e indutores, o armazenamento de energia nessas cargas resulta em uma diferença de fase entre as ondas de tensão e corrente. Uma vez que essa energia armazenada retorna para a fonte e não produz trabalho útil, um circuito com baixo fator de potência terá correntes elétricas maiores para realizar o mesmo trabalho do que um circuito com alto fator de potência.
  • As bombas e os pressurizadores são comumente fabricados aqui no Brasil com a unidade de medida conhecida como Cavalo Vapor (unidade Alemã), para dimensionarmos o nosso dispositivo de segurança (disjuntores), precisamos aprender a transformar de CV para Watts.

3.5.2 Cavalo Vapor

A unidade Cavalo Vapor não pode ser confundida com a unidade inglesa HP (Horse Power) embora, em sua tradução literal possua o mesmo significado. Os motores em estudo possuem sua potência representada em CV.

Para converter de Cavalo Vapor para Watts, é bastante simples, basta multiplicar o valor em

Potência em Cavalo Vapor x 735,5 = Potência em Watts

Exemplificando, se temos uma bomba que possui uma potência de 2CV, basta multiplicar por 735,5, logo teremos 1471Watts de potência.

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3.5.3 Dimensionamento do Disjuntor

Para dimensionarmos o nosso circuito de proteção (disjuntor), será necessário encontrar a corrente que está passando por esse circuito, logo precisaremos recorrer a seguinte fórmula.

I = P(watts) / V (Tensão de consumo) x Fator de Potência (0,85) x Rendimento (0,75)

Continuando o exemplo acima, teremos a nossa bomba d’água com 1471Watts, para encontrarmos a corrente que está passando pelo nosso circuito, você deverá aplicar a fórmula abaixo.

I = P(watts) / V (Tensão de consumo) x Fator de Potência (0,85) x Rendimento (0,75)

1ºPasso: I = 1471W / 220V = 6,68A

2ºPasso: 6,68A x 0,85 x 0,75 = 4,26A

3ºPasso: A corrente encontrada, deverá ser multiplicada por 1,3 (fator de tolerância para o disjuntor).

4,26A x 1,3(tolerância) = 5,5A

4ºPasso: Encontrado o valor de 5,5A, você precisará escolher o disjuntor dentro das opções existentes no mercado que geralmente variam entre: 5,10,15,20,25,30,35Ampéres, geralmente múltiplos de 5.

Também existem alguns casos excepcionais de disjuntores de 6,16A, que são disjuntores da linha Siemens.

Para este exemplo, escolherei o disjuntor de 10A para proteger a minha bomba.

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EXERCÍCIOS DO 3ºCAPÍTULO (1)

  1. Dimensione o disjuntor necessário para proteção de uma bomba d’água com 0,5CV e rendimento = 0,70, ligada a uma rede monofásica.
  2. Dimensione o disjuntor necessário para proteção de uma bomba d’água com 3CV e rendimento = 0,80, ligada a uma rede monofásica.
  3. Dimensione o disjuntor necessário para proteção de um pressurizador com 5CV e rendimento = 0,65, ligada a uma rede monofásica.

3.5.4 Dimensionamento da Fiação

O dimensionamento de fiações de pequenas distâncias é bastante simples, precisamos apenas consultar a tabela de fios e visualizar o mais adequado para a corrente de consumo do aparelho. Observe a tabela abaixo.

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Informações da Tabela:

  1. Seção – Diz respeito a seção transversal do fio, ou seja, a sua bitola que será adquirida para a realização do projeto, aqui no Brasil trabalhamos com a unidade de medida de mm².
  2. AWG – Unidade inglesa para a seção transversal de condutores, hoje em dia em desuso no Brasil, visto que, utilizamos a unidade de mm².
  3. Imáx – I = Corrente, valor de corrente máxima a ser suportada pelo condutor.

Já para o dimensionamento de fiações de grandes distâncias, precisaremos recorrer a duas tabelas, uma relacionada à distância e outra relacionada a bitola do fio.

O aumento da distância implica diretamente no aumento da bitola do fio, por conta da 2ºLei de Ohms, lei da física que realizará uma relação entre a bitola do fio e a distância que o mesmo precisa percorrer.

CAP 3. ELETRICIDADE APLICADA À HIDRÁULICA

3.6 Interligação da Bomba Centrífuga e suas Bóias

Observe a imagem abaixo, temos uma representação esquemática da ligação de uma bomba centrífuga juntamente com as bóias que estão presentes no reservatório inferior e superior.

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Vamos analisar agora alguns detalhes na ligação elétrica do nosso sistema de recalque:

  • O disjuntor monofásico de nossa instalação está posicionado no fio NEUTRO e não no FASE como convencionalmente, visto que as nossas bóias estarão seccionando o circuito pelo NEUTRO.
  • Após o disjuntor monofásico, encontramos o DR ligado entre Fase e Neutro para evitar possíveis choques elétricos dos agentes diretos da manutenção do sistema.

EXERCÍCIOS DO 3ºCAPÍTULO(2)

  1. Dimensione o disjuntor e a fiação necessária para proteção de uma bomba d’água com 4,5CV e rendimento de 0,70.
  2. Dimensione o disjuntor e a fiação necessária para proteção de uma bomba d’água com 1,5CV e rendimento de 0,68.

3.6.1 Disjuntor& DR

O disjuntor como já vimos é um dispositivo de segurança que está presente em todos os circuitos elétricos, porém com o avanço dos sistemas de proteção elétrica, foram desenvolvidos outros aparelhos para proteção dos circuitos, um deles é o DR (dispositivo residual).

O DR (Dispositivo Residual) possui como finalidade proteger o usuário de choque elétrico, esse dispositivo deverá ser ligado em conjunto com o disjuntor para a proteção total do seu circuito. Visto que, o disjuntor protege o circuito contra: curtos e sobrecargas e o DR protegerá o usuário de choque elétrico.

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Observe como será a ligação do seu quadro de distribuição:

1º) O disjuntor geral da residência (trifásico), em série com todo o circuito.

2º) O DR (trifásico), ligado na sequência do disjuntor geral, para proteger os usuários de todos os circuitos posteriores.

3º) Disjuntores específicos, proteção individual para cada circuito elétrico.

Observe que o DR será ligado em série com todo o circuito, com a finalidade de proteger todos os possíveis usuários dos circuitos.

3.6.2 DR de Baixa e Alta Sensibilidade

O DR como já vimos, é um dispositivo que possui como finalidade proteger o usuário de choque elétrico e também contra princípios de incêndio que possam ocorrer por conta das instalações elétricas, no mercado podemos encontrar dois tipos, o DR de alta e o de baixa sensibilidade.

Alta Sensibilidade = Ultrassensível, trabalha com correntes de fuga de até 30mA, mais indicados para instalações unifamiliares.

Baixa Sensibilidade = Trabalha com correntes de fuga de até 40mA, mais indicados para instalações multifamiliares.

Para a proteção de nossa bomba, você deverá utilizar um DR de Alta sensibilidade.

EXERCÍCIOS DO 3ºCAPÍTULO(3)

  1. Informe a diferença de um circuito aberto para um circuito fechado.
  2. Informe a definição e as seguintes unidades de medidas: da tensão e da corrente elétrica.
  3. Qual a função do disjuntor?
  4. Qual a principal diferença entre o disjuntor e o DR?
  5. Através do multímetro como podemos determinar se um circuito elétrico está aberto ou fechado?
  6. Explique a lógica de funcionamento da boia que deverá ser instalada na cisterna (reservatório inferior).
  7. Explique a lógica de funcionamento da boia que deverá ser instalada no reservatório superior.
  • Depois dos dispositivos de segurança, será ligada a eletrobomba que será controlada através das bóias que estão associadas em série. Para que a bomba seja acionada e leve a água do reservatório inferior para o superior duas situações precisam acontecer. O reservatório inferior precisa estar cheio, com a sua bóia posicionada para cima e o reservatório superior deverá estar vazio, com a sua bóia posicionada para baixo. Ou seja, será possível a transposição da água do reservatório inferior para o superior que está precisando de água para alimentar todos os sub-ramais da edificação.